"Não tenhas pressa
de crescer, não me interpretes mal, crescer é maravilhoso, só não tenhas
pressa. Aproveita cada momento, mesmo os de tristeza, os de raiva, não me
interpretes mal, não se trata de os alimentar, mas de os viver, apenas
vivê-los. Não tenhas pressa de crescer, vive cada dor como deve ser vivida,
cada alegria como deve ser partilhada, cada vivência como se dela fosses
extrair algo, extrais sempre, não tenhas pressa de crescer. Não tenhas pressa
para ser independente, não tenhas pressa, aproveita cada carinho, cada abraço,
cada sorriso, cada mimo, lambe cada ferida com compaixão, com amor, por ti,
sempre por ti. Não tenhas pressa. Não tenhas pressa, vive o momento como se o
merecesses, sente cada gesto, cada toque, cada textura, percorre-a com os teus
dedos, a memória da sensação é muito mais duradoura do que a que fica registada
no cérebro, essa é volátil, não há hd externo que te salve. Ouve cada palavra,
sente cada entonação de voz, observa o piscar dos olhos, observa os olhos,
sempre os olhos. Não tenhas pressa de viver, não tenhas pressa para terminar
uma tarefa, fá-la com amor, perde tempo com os detalhes. Não tenhas pressa,
porque cada passo teu, cada palavra dita, cada ação, cada gesto, cada sensação
boa ou má, cada segundo da tua vida passa rápido demais, cada minuto, cada
momento, acaba e não volta nunca mais. Não tenhas pressa, porque cada vivência
tua te vai ser cobrada mais tarde, cada coisa que recusaste tem um preço, cada
coisa que fizeste tem um preço. A vida tem um preço. Não tenhas pressa de
viver, vive, regista o melhor que puderes, atenta nos detalhes, os detalhes são
o que te prenderá às tuas próprias amarras ou te deixará livre para voares para
onde quiseres. Não tenhas pressa, voa devagar, lentamente, não tenhas
pressa."
Quando vires os teus olhos a verem-te, quando não souberes se tu és tu ou se o teu reflexo no espelho és tu, quando não conseguires distinguir-te de ti, olha para o fundo dessa pessoa que és e imagina o que aconteceria se todos soubessem aquilo que só tu sabes sobre ti.
José Luis Peixoto
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Volta sempre
Vai. Claro que vai. Volta sempre.
Mas até voltar, até brilhar com a mesma intensidade, vai ser preciso tempo. Porque é difícil superar as desilusões, as nossas e as dos outros. É difícil não sentir o nosso mundo a tremer quando nos tiram uma grande (e boa) parte de nós. É impossível não fraquejar, não chorar, não querer sair daqui e começar tudo noutro sítio. Mas também é impossível manter-me longe de quem gosto, deixar para trás quem eu sei ser bom, não me agarrar a quem esteve e está sempre do meu lado e saber que um dia, um dia tudo vai voltar a ser como sempre devia ter sido.
domingo, 9 de setembro de 2012
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