Quando vires os teus olhos a verem-te, quando não souberes se tu és tu ou se o teu reflexo no espelho és tu, quando não conseguires distinguir-te de ti, olha para o fundo dessa pessoa que és e imagina o que aconteceria se todos soubessem aquilo que só tu sabes sobre ti.

José Luis Peixoto

quinta-feira, 12 de maio de 2011


Perdoar não é esquecer e é muito difícil recomeçar a unir laços que se romperam. Talvez pensemos que é ingénuo da nossa parte fazer tudo como se aquilo que ontem nos fez sofrer, não existisse mais. Não podemos ignorar o mal que fazemos a nós ou aos outros. Mas chega um dia em percebemos que não vale a pena insistir na tristeza. Afinal a Vida merece muito mais, e nós merecemos muito mais. Não é ignorar um mal cometido, como se fosse fácil esquecer, sem mais, o facto de não termos dado amor como devíamos. Tem a ver com as nossas faltas de verdade e isso deixa marcas. É ter na pele uma dor que já não quer voltar a ser sentida, mas antes acariciada.
É difícil perdoar porque as mágoas criam em nós lugares vazios, de onde foi arrancado por qualquer motivo o amor. E não é confortável viver com vazios mais ou menos grandes. Não sabemos o que fazer com eles, desejamos enche-los de qualquer coisa... mas se doí porque algo fugiu de nós, também nos custa acreditar que podemos recuperar o perdido.

1 comentário:

Carlinha disse...

E há vazios tão grandes...Vazios que nos ocupam por completo! Corpo e alma...

Acredito que imagines o quão grande é o meu!

bjinho Ana